terça-feira, 3 de junho de 2008

Consumindo a Cibercultura



A respeito do consumo musical e o avanço tecnológico desse setor,podemos denominar a cibercultura como o principal ponto desse avanço, que trasnforma toda a musica hoje em formato digital.
A tecnologia do CD (compact disc), que se tornou dominante nos anos 1980 e 90, quase tornando extinto o disco de vinil e as fitas cassete, hoje convive com arquivos de áudio transmitidos diretamente via Internet. Esses arquivos de dados digitalizados são estocados e reproduzidos nos HDs dos computadores domésticos ou em dispositivos portáteis que hoje proliferam nas ruas de nossas cidades.
Apesar do fortíssimo predomínio dos formatos digitais, é importante ressaltar que a produção e o consumo de discos de vinil segue vigorosa em subculturas nas quais o som analógico é reverenciado como acusticamente mais complexo e harmonicamente mais rico do que o puro e limpo som digital. Além dessa ressignificação do som analógico,o suporte vinil foi também revitalizado na já estabelecida cultura dos DJs. Utilizados como instrumentos nas mesas de som, os discos de vinil perfazem a palheta tímbrica e melódico-harmônica para manipulações tão características dessa cena cultural.
Vemos que o formato MP3 de compactação de arquivos de áudio digital foi o grande responsável por esta transformação que estamos percebendo nos modos de distribuição e consumo de música, especialmente aquela dirigida aos jovens urbanos. Arquivos compactados em formato MP3 ocupam aproximadamente 1/12 do espaço de disco que os arquivos não compactados ocupariam, o que facilita enormemente a sua transmissão e armazenamento.
Rapidamente adotado por fãs de música em todo o mundo, o padrão MP3 foi também adotado por músicos desejosos de distribuir sua produção de maneira eficiente e barata, via Internet.
O domínio mercadológico do consumo de música via Internet implica tornar mais completos e atraentes os catálogos dos principais sites de distribuição comercial de música.
O download por faixa musical (track) é utilizado em redes de compartilhamento gratuito e também como estratégia de marketing em sites comerciais, alguns dos quais oferecem downloads individuais gratuitos em troca da fidelização da clientela. Atenta aos novas dinâmicas sociais de consumo, a viúva de John Lennon, Yoko Ono, tornou pública a liberação de alguns dos principais sucessos do ex-beatle no site oficial do artista como comemoração dos 25 anos de sua morte em dezembro de 2005. Essa notícia causou enorme frisson entre os inúmeros fãs do artista que, não encontram esse repertório em sites legalizados de distribuição comercial.Muitas vezes artistas ganham dinheiro vendendo musicas pela internet,geralmente são cobrados por faixa ao preço 99 centavos de dólar.

Música no celular
Novos telefones celulares funcionam como tubos de ensaio para a tão propalada convergência das mídias, propiciando ao usuário ver TV, acessar a Internet e ouvir música, além de personalizar seus toques com músicas baixadas diretamente da web. A venda de música digital para este tipo de uso já representa uma parcela significativa do faturamento da indústria fonográfica, havendo produtoras especializadas na criação e distribuição de música diretamente para as principais operadoras de telefonia celular.
De olho nesse crescente público-alvo, de alto poder aquisitivo, diversos lançamentos na área de música, como video clips e shows de artistas e bandas de sucesso, já são transmitidos com exclusividade para telefones celulares, ou em estratégias que conjugam o lançamento não apenas em pontos de venda mais tradicionais e canais de TV, mas também em lojas virtuais e operadoras de telefones celulares.

Concluindo...
O aumento da penetração da Internet e a crescente utilização de tecnologias digitais na produção e distribuição de bens simbólicos nos levam a constatar, no caso da música, significativas transformações em suas práticas de consumo. O mercado fonográfico, apesar de fortemente dominado por quaro mega corporações transnacionais, hoje assiste a uma significativa proliferação de pequenos selos independentes, diversos dos quais especializados em formatos digitais.
importa também compreender o fenômeno à luz dos preços praticados pela indústria fonográfica para lançamentos em CD e DVD, considerados abusivos. O barateamento dos custos de produção e distribuição acaba sendo neutralizado por esquemas promocionais altamente dispendiosos, forçando as grandes gravadoras a operarem com margens mínimas de risco. A crescente predominância de fatores comerciais no segmento majoritário da indústria cultural tem sido apontada como responsável pela diluição da qualidade artística da produção distribuída no mercado globalizado. Nesse contexto, a Internet se configura como cenário alternativo para distribuição e consumo de nichos musicais minoritários, hoje também concebidos em escala global.
Um mapeamento dos desdobramentos da aplicação de tecnologias digitais no consumo de música parece indicar uma importante participação de softwares inteligentes na modelização, rastreamento e manipulação de sofisticados perfis de consumo. O risco da utilização indiscriminada de agentes inteligentes desse tipo seria o de isolar o consumidor em perfis segmentados de forma tão estreita que, paradoxalmente, do abundante banquete à la carte da música digital customizada, só lhe seja oferecido mais do mesmo.

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