terça-feira, 27 de maio de 2008

O peso do Marketing no consumo



A INDÚSTRIA DO TABACO


A indústria de tabaco vem apresentando várias táticas para fazer frente às medidas que governos de vários países têm posto em ação para regulamentação do uso do fumo. Entre essas táticas se incluem campanhas subliminares dirigidas ao público, a compra de opinião de cientistas ou especialistas de diferentes áreas para gerar controvérsias em relação a resultados confirmados, o financiamento de partidos políticos, a contratação de grupos de pressão para atuar na formulação de políticas, o uso de grupos e indústrias conexas para influir contra as medidas da luta anti-tabagica e várias outras medidas. Tornaram-se conhecidos documentos internos da indústria do tabaco que eram secretos, e que mostram claramente a conspiração de mais de 50 anos visando ações para se oporem às medidas de restrição do consumo de cigarros, estabelecer a confiança dos fumantes e também a defesa da isenção de responsabilidades para as empresas e seus produtos.
Na década de 80, quando fumar era moda e até símbolo de status, as campanhas de propagandas dos cigarros FREE foram um sucesso imediato, mesmo sendo algo que traz tanto malefícios a saúde e outras coisas mais. Nesta campanha foi representado com rara fidelidade o espírito inquieto e individualista da juventude, público-alvo central da marca, que era "cada um na sua", mas com algo em comum. Algo que conseguia se igualar ao consumidor e influenciá-lo entrando na consciência dele de forma bastante sutil e sempre com questionamentos. Essa mensagem ficou tão forte e persuasiva que, nos anos 90, pôde ficar ainda menos explicita de forma a afastar ainda mais o discurso sobre o produto. Ficou tão sutil que antecipou-se ao momento em que foram limitados drasticamente anúncios da categoria deste produto. E a marca e a vendas dos produtos ainda continuaram fortes.

Pesquisas indicam que o número de fumantes caiu depois da proibição da propaganda de cigarros no Brasil. Os dados são da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp:

- Em 1987, 22,4% dos estudantes tinham experimentado tabaco
- Em 1997, esse índice subiu para 32,7%
- Em 2005, com a proibição da propaganda de cigarros em vigor, o número cai expressivamente: 21,7% dos estudantes tinham experimentado tabaco.

Já está passando da hora de proibir também a propaganda de bebidas alcoólicas,que tem fins explícitos e muitas vezes grosseiros de atingir o consumidor,usando muita ambiguidade e mensagem subjetiva que não é entendida facilmente pela maioria.

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